A imprensa mundial repercutiu, nesta quarta-feira (10), o voto divergente do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux absolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros cinco réus do chamado núcleo 1 do suposto golpe de Estado.
A agência de notícias norte-americana Associated Press, por exemplo, afirmou que o magistrado “rompeu com seus pares”, concedendo “alívio” ao ex-chefe do Executivo e “possíveis argumentos para sua equipe de defesa para uma apelação após um veredito final”. O periódico, contudo, frisou que apesar do voto de Fux, Bolsonaro “pode ser considerado culpado nos próximos dias”, visto que a turma é composta por cinco ministros e que o placar está 2 a 1. Bastam o total de três votos para sua condenação.
A agência Reuters descreveu como “provável” que a Corte condene o líder conservador e também apontou o “aumento de chances de uma apelação de sentença”. Para o periódico, a “divergência no tribunal aumenta a tensão em um caso que já polarizou o país e levou milhares de apoiadores de Bolsonaro às ruas em protesto”.
O espanhol El País, por sua vez, repercutiu a posição do ministro de que não compete ao tribunal julgar o caso e ressaltou o voto de absolvição do ex-presidente por “falta de provas”.
– O voto severo de Fux tem o potencial, segundo analistas, de abrir caminho para que a defesa peça o arquivamento do caso no futuro. A intervenção de Fux conseguiu transformar a expressão séria dos advogados do ex-presidente do dia anterior em rostos sorridentes o dia todo – escreveu o El País.
Outro veículo de imprensa a comentar o caso foi a emissora do Qatar Al Jazeera. O jornal citou os argumentos do ministro, mas pontuou que o STF “ainda parece propenso a condenar Bolsonaro”, visto que “dois juízes já votaram pela condenação, e os dois restantes foram nomeados pelo presidente de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva”.
Em seu parecer, que durou mais de 12 horas, Fux votou para condenar o ex-ajudante de ordens da Presidência, tenente-coronel Mauro Cid, por envolvimento em planos violentos e o ex-ministro da Casa Civil, general Walter Braga Netto, por financiar atos contra Alexandre de Moraes.
Os demais seis investigados do núcleo 1 foram absolvidos pelo magistrado por ausência de provas de participação efetiva. São eles: o ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem, o ex-comandante da Marinha Almir Garnier, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o ex-ministro de Segurança Institucional Augusto Heleno, ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira.
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