O líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), criticou o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF) e chamou o ministro Alexandre de Moraes de “psicopata” e “manipulador”. Em entrevista à IstoÉ, Sóstenes classificou o julgamento como político, elogiou o voto de Luiz Fux e acredita que os demais ministros foram influenciados por Moraes.
Bolsonaro foi condenado a 27 anos e três meses de prisão por liderar o grupo que articulou um plano de golpe de Estado após a derrota nas eleições de 2022. Foram 4 votos a 1 pela condenação do ex-presidente na Primeira Turma do STF.
Moraes foi seguido pelos ministros Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. Além do relator, o voto de Cármen foi considerado um dos mais fortes do julgamento, seguindo o raciocínio de Alexandre de Moraes e do procurador-geral da República, Paulo Gonet.
Para Sóstenes, os votos de Cármen e Zanin foram influenciados por Moraes. O líder do PL diz que o ministro tem traços de psicopatia e ditador.
“Eu entendo que o ministro Alexandre de Moraes é peculiar de um psicopata, um ditador, com características de manipular. Tristemente, acho que está manipulando os outros ministros do STF, por circunstâncias corporativas ou outras que desconheço”, afirmou.
“Eu entendo que o ministro Alexandre de Moraes é peculiar de um psicopata, um ditador, com características de manipular. Tristemente, acho que está manipulando os outros ministros do STF, por circunstâncias corporativas ou outras que desconheço”, concluiu.
Único a votar contra a condenação de Bolsonaro, o ministro Luiz Fux foi elogiado pelo líder do PL, que rotulou o voto como técnico e não político. Em sua decisão, Fux disse não haver provas de que o ex-presidente liderou a organização criminosa, além de defender a descida do caso para instâncias inferiores.
“Vemos uma tecnicidade no voto do ministro, que mostra a série de vícios que já havíamos denunciado na política. O primeiro condenado pelo 8 de janeiro foi julgado pelo pleno, ou seja, pelos 11 ministros do STF. Depois, dividiram para a turma mais ligada ao ministro Alexandre de Moraes, com foco no julgamento mais político que jurídico. Por isso houve a condenação”, disse o deputado carioca.
Para tentar reverter o cenário, Sóstenes tenta articular a manutenção de Bolsonaro no texto do PL da Anistia. A urgência do projeto foi aprovada na última semana e o mérito deve ser votado nos próximos dias.
Capitaneado por bolsonaristas, a proposta previa uma anistia “total e irrestrita” para o ex-presidente, a alta cúpula militar e outros condenados pelos ataques de 8 de janeiro. A matéria sofria resistência do Centrão, que já articulou diversas alterações no texto.
Relator do projeto na Câmara, o deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade-SP) já afirmou que focará apenas na redução das penas dos réus e não no perdão da pena. Há uma negociação para que Bolsonaro não seja contemplado no projeto, mas bolsonaristas batem o pé e querem negociar a manutenção da inelegibilidade em troca do perdão da pena.
“É natural no processo legislativo o texto sofrer alterações. Agora, a anistia é uma demanda do PL. Só que se o relatório apresentar discordâncias sobre o que queremos, nós não temos interesse em votar. Não abriremos mão de que o texto venha estruturado daquilo que queremos”, ressaltou Sóstenes.
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