
O esquema de venda ilegal de ingressos para um camarote dentro do Morumbis segue dando o que falar dentro do São Paulo. A "bomba" motivou até mesmo um grupo de conselheiros a pedirem o afastamento do presidente Julio Casares.
De acordo com gravação divulgada pelo portal GE, o diretor adjunto da base, Douglas Schwartzmann, e a diretora feminina, cultural e de eventos, Mara Casares - ex-esposa do atual presidente - venderam ingressos de forma irregular para um camarote cedido por Marcio Carlomagno, atual CEO e provável candidato à presidência na eleição de 2026.
O grupo conhecido como "Movimento Salve o Tricolor Paulista", se disse, em documento obtido pela ESPN, com "profunda consternação" com a denúncia.
"Os áudios divulgados na referida reportagem indicam o envolvimento da Sra. Mara Casares, conselheira deliberativa e diretora feminina, cultural e de eventos; e do Sr. Douglas Schwartzmann, conselheiro deliberativo e diretor adjunto do futebol de base; em esquema manifestamente vexatório de desvio de receitas oriundas da comercialização de ingressos de camarotes do Estádio do Morumbi, por ocasião de show da cantora Shakira."
De acordo com os conselheiros, vale destacar "que os citados agentes ocupam cargos de elevada relevância na estrutura administrativa do clube" e que "o camarote que ensejou a conversa gravada está localizado à frente da sala da Presidência do Clube, local físico em que o próprio Presidente Julio Casares e o Sr. Marcio Carlomagno trabalham diariamente."
Diante disso, "torna-se praticamente impossível afastar a hipótese de ciência por parte do mandatário máximo do Clube nos fatos noticiados, circunstância que impõe de forma indiscutível, o seu afastamento cautelar, em conjunto com seu Superintendente, dos respectivos cargos."
A nota confirma ainda que "os membros do Movimento Salve o Tricolor Paulista atuarão com a urgência junto aos órgãos oficiais do Clube, observando rigorosamente os trâmites formais, para que todas as medidas cabíveis sejam adotadas e os fatos sejam apurados com a seriedade, a transparência e o rigor que a Instituição e sua torcida exigem".
A apuração da ESPN indica que o grupo conta atualmente com 41 assinaturas e é necessário 52 para entrar no conselho com um pedido de afastamento ou intervenção na presidência do clube.
São Paulo se posiciona
A divulgação do caso fez o São Paulo se movimentar de forma institucional na manhã desta segunda-feira (15).
Em nota, o clube informou que "tomou conhecimento do conteúdo do áudio por meio da imprensa e que realizará a devida apuração dos fatos".
"Com base nessa análise, o Clube adotará as medidas que se mostrarem necessárias", escreveu.
O Tricolor também reportou que Douglas Schwartzmann e Mara Casares "solicitaram licença de seus respectivos cargos na gestão".
Cabe salientar que, em seu Estatuto Social, o São Paulo prevê punições para associados do clube que cometerem infrações.
De acordo com o artigo 34, as penalidades possíveis são: advertência, suspensão, indenização, perda de mandato, inelegibilidade temporária e eliminação do quadro social.
O item Q do artigo 10 do Regimento Interno do clube ainda diz que "causar dano à imagem do São Paulo, em qualquer condição ou no exercício de qualquer cargo pertencente aos poderes" do clube é passível de suspensão de 90 a 270 dias. A penalidade pode aumentar em um terço se o associado ocupar um cargo na agremiação.
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