A prefeitura de São Bernardo do Campo informou nesta quinta-feira, 2, que há 18 casos suspeitos de contaminação por metanol na cidade, incluindo quatro mortes.
Trata-se da segunda cidade mais afetada na crise das bebidas adulteradas, atrás apenas de São Paulo. Segundo o Ministério da Saúde, há ao todo 43 casos confirmados de intoxicação por metanol no país.
As vítimas em São Bernardo
Um homem de 38 anos morreu em 18 de setembro;
um homem de 58 anos morreu em 24 de setembro;
um homem de 45 anos morreu em 28 de setembro;
e um homem de 49 anos morreu em 30 de setembrom, em casa.
Entre as 14 pessoas hospitalizadas, uma mulher de 30 anos está sedada e realizando hemodiálise na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital das Clínicas. Outras três pessoas estão internadas e as demais foram liberadas após tratamento.
Dois estabelecimentos foram interditados em São Bernardo, em operação conjunta dos órgãos municipal e estadual de Vigilância Sanitária. Ao todo, o estado tem seis estabelecimentos interditados.
A crise do metanol
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, classificou a quantidade de casos de intoxicação pela substância como “anormal” e recomendou que a população não consuma destilados até a regularização da situação. As hospitalizações e mortes registradas sucederam o consumo de vodka, gin e whisky.
Os órgãos de vigilância sanitária recomendam a bares, empresas e demais estabelecimentos que comercializam bebidas que redobrem a atenção quanto à procedência dos produtos. Aos consumidores, a orientação é para não adquirir substâncias sem rótulo, lacre de segurança e selo fiscal até a regularização da situação.
Em entrevista à IstoÉ, o ex-Secretário Nacional do Consumidor e ex-Presidente do Conselho Nacional de Combate à Pirataria, Arthur Rollo, afirmou que “todo tipo de estabelecimento oferece um risco ao consumidor” até a resolução da crise do metanol.
“O consumidor não tem qualificação para identificar se os lacres ou selos de conformidade estão adulterados. Enquanto isso não estiver devidamente verificado, os consumidores não estão seguros, seja para comprar em um supermercado, adega, bar ou restaurante”, disse.
O gerente médico do Pronto Atendimento do Hospital Sírio-Libanês, Luis Penna, recomendou a interrupção no consumo de destilados também para evitar o aumento no número de atendimentos hospitalares e internações. Segundo o médico, a agilidade na identificação é fundamental para tratar a intoxicação.
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